O ATOR NO VAZIO CÊNICO: O CORPO COMO ESSÊNCIA DA COMUNICAÇÃO TEATRAL

Sidnei Lucas de Lima Junior, Victor Moura Silva, Marcia Cristina Polacchini de Oliveira

Resumo


Por meio de um descontrole gerado pela vivência do capitalismo e do consumismo, criou-se sobre a compreensão da existência humana um desejo acentuado pelo preenchimento daquilo que será refletido na relação consigo e com o mundo: o vazio. De forma natural, o vazio interior está associado à falta de sentido para o indivíduo e à necessidade de encontrar atendimento às suas carências e inquietudes. Entretanto, adentrando um contexto de domínio, pertencimento e excessos, a sensação de falta do ser humano irá impactar também na relação com o teatro. Assim, surge o interesse comercial de dar ao palco cheio a capacidade de suprir o vazio interior do espectador, afetando tanto dele quanto dos atores as potências de criação, imaginação e comunicação. Em outras palavras, passa a ser prejudicada a relação entre atorpúblico, principal responsável pela existência desta arte ao possibilitar um encontro e diálogo de corpos. Seria possível, então, colocar o ator dentro de um vazio cênico, onde seu único instrumento de trabalho seja seu próprio corpo? Mais do que isso, seria ele suficiente para manter uma comunicação viva com seu público, ainda que sem auxílio de recursos cênicos e palavras? Estariam os atores e o público preparados para lidar com um vazio não mais constituído por materiais, mas preenchido unicamente pela dilatação expressiva de corpos?

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